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Análise / Review: War of the Vikings

War of the Vikings, sucessor de War of the Roses, é apresentado como um jogo de combate multiplayer baseado em habilidade pela sua produtora.

Quais suas diferenças em relação a seu antecessor? Serão suficientes para justificar um novo jogo? Ou será War of the Vikings apenas o mesmo jogo, apenas com uma skin diferente?

Saiba mais conferindo nossa análise do jogo, que estabelece suas principais características, e especialmente, o que ele possui a mais (e a menos!) do que War of the Roses!

Ficha Técnica

Gênero Ação
Desenvolvedora Fatshark
Publicadora Paradox Interactive
Cooperativo Online 16 jogadores
Cooperativo Local Sem suporte
Cooperativo em Rede Local Sem suporte
Data da lançamento 15/04/2014
Versão analisada 1.0
Data da análise 29/04/2014
Processador Dual Core 2,6 GHz Quad Core
Memória 4 GB 8 GB
Espaço em Disco 20 GB
Vídeo (NVIDIA) GeForce GTX 560 GeForce GTX 680
Vídeo (AMD) Radeon HD 6870 Radeon HD 7990
Direct X 11.0

Enredo

Precisão histórica

No jogo, você assume o papel de um guerreiro Viking ou de um Saxão, sendo situado no período de invasões dos Vikings ao reino bretão. Todos os mapas se passam na Inglaterra, assumindo que os vikings são os invasores, tais quais nas batalhas históricas em que se inspiram.

Um ponto interessante é a fidelidade no desenvolvimento das armas, escudos e armaduras, que recebeu o mesmo empenho que em War of the Roses, sendo muito precisos em termos históricos, e extremamente detalhados.

Tutorial

Fora isso, o jogo não tem uma história própria, uma narração ou algo assim: é um jogo multiplayer de combate, e a seu enredo portanto limita-se ao período histórico em que é baseado, e sua precisão de detalhes para retratá-lo de alguma forma.

O máximo que você vai ver de narração é o tutorial do jogo, que te ensinará os comandos básicos para poder entrar em combate e fazer alguma coisa!

Progressão

Experiência

Em alguns pontos, a progressão é exatamente como em War of the Roses – mas a longo prazo, vocês verão que a progressão aqui é muito, muito diferente.

Assim como em seu predecessor, o jogo conta com duas vertentes de progressão: XP e dinheiro, que são ganhos simultaneamente, por via de regra.

Qualquer ação significativa em combate (machucar um inimigo, ressuscitar um aliado, capturar um objetivo, matar um inimigo) fornece pontos ao jogador, que irão contribuir ao seu escore no mapa, e refletirão em XP e dinheiro ganhos.

A progressão de XP permite ao jogador avançar em rankings, que liberarão acesso às classes (perfis pré-feitos), e eventualmente, a armas, perks, armaduras e detalhes para os perfis customizáveis.

Perfil

Ao atingir ranking 4, você liberará o seu primeiro perfil personalizável, onde você criará um perfil do jeito que quiser: escolhendo em qual classe ele será baseado (que determinará sua armadura e suas perks), e escolhendo suas armas, escudo, capacete, e tudo mais.

Naturalmente, para liberar a compra destes itens é necessário ter o ranking pedido pelo item – porém, para comprá-lo, você usará o dinheiro, e isto liberará o item em sua conta, para ser usado em qualquer dos slots personalizados que você tenha.

Cosméticos

Dessa forma, é necessário ter um ranking alto para liberar acesso ao máximo de itens, e consequentemente, juntar dinheiro para poder comprar tudo que quiser, dentro daquilo que liberou.

Aqui jaz a grande diferença se comparado ao War of the Roses: os itens tem variações, mas são puramente estéticas. Existem vários machados de duas mãos, mas o machado barrelinha de nível 1 que custa um punhadinho de moedas, e o machado nível alto que custa alguns milhares de moedas causam exatamente o mesmo estrago!

Renown

Para facilitar o acúmulo de dinheiro, foi adicionado um novo sistema de progressão, chamado Renown, que serve para aumentar o seu ganho de moedas após as batalhas, com um multiplicador extra, sendo este 10% para cada nível de renown. Para subir de nível de Renown, o jogador deve acumular um número determinado de experiência dentro de um período de tempo, que é informado assim que ele inicia uma batalha em um servidor.

Personalização visual

Em contrapartida, toda a personalização de materiais e estilo de luta para as armas que havia em War of the Roses foi removida, simplificando e muito o sistema de progressão, e ao mesmo tempo que tornando o jogo mais balanceado e acessível ao público em geral. Novamente, a vantagem de um personagem de nível maior e mais rico será puramente estética.

Por isso, fizeram um trabalho bem legal na personalização visual: além de poder comprar armas, armaduras, capacetes, barbas, capas mais caras, você poderá também personalizar o escudo do seu personagem com vários detalhes.

Armaduras e perks

Cabe ao jogador decidir apenas se irá utilizar armadura leve, média ou pesada, que afetará levemente sua mobilidade e sobrevivência, um ao custo do outro.

As armas fazem diferença sim, mas essa diferença é referente ao tipo delas! O que mais faz diferença fora os tipos das armas são as perks, que são as habilidades exclusivas do personagem. Você poderá equipar 4 perks diferentes, e elas servem para fornecer habilidades passivas e ativas ao seu personagem. Basicamente, é um tipo de especialização.

Mesmo assim, a maior progressão em War of the Vikings, até maior do que em seu antecessor, é a habilidade do jogador. A curva de aprendizagem é extensiva, e como não há itens melhores com níveis, todos tem a mesma chance em combate.

Jogabilidade

Terceira pessoa

Continua sendo um ponto fortíssimo do jogo. O ataque corpo-a-corpo é feito semi-analogicamente: o jogador deve clicar e segurar o botão esquerdo, e em seguida fazer um entre 3 movimentos com o mouse, e ao soltar o botão do mouse novamente, irá desferir o ataque, conforme o movimento que fez previamente. Você também controla a força do ataque: a medida que mantem o botão segurado, há um indicador de força do golpe.

Os 3 tipos de ataque básicos são “swing” (ataques laterais) e “overhead swing” (ao mover o mouse para frente, desfere um ataque de cima para baixo).

O ataque de básico de thrust que existia em War of the Roses foi removido do jogo, e agora é executado com a tecla F, que executará movimentos especiais para cada arma, cada tipo de arma possuindo um movimento diferente.

Cansaço

Juntamente a essa mecânica, algumas diferenças em relação ao War of the Roses podem ser apontadas. Em primeiro lugar, a existência de uma barra de estamina, que é gasta sempre que você ataca, pula, desvia. Portanto, você não pode ficar errando ataques, pois isso custará em combate e o fará não poder atacar na hora correta.

Outra mudança significativa é que ao carregar um ataque, ele irá ganhando força, mas se mantido por um certo tempo, começará a perder força, retratando um cansaço do personagem de segurar a arma naquela posição. Em termos práticos, e isso faz muita diferença, pois em War of the Roses era comum ver jogadores andando o mapa inteiro com um ataque completamente carregado, e aqui isso não é possível!

O botão direito é usado para bloquear ataques, e deve bloquear exatamente na direção que o oponente te atacar. Caso o jogador possua escudo, irá levantá-lo para parar o ataque, caso contrário tentará bloquear com a arma. A grande vantagem de escudos é que eles podem bloquear ataques especiais.

A tecla 3 irá fazer o jogador equipar uma adaga, e a tecla 4 irá equipar ou desequipar o escudo, caso possua um. Outras teclas existentes são Z/X/C/V, que servem para ativar perks que não sejam passivas.

Ainda há o botão de cura, utilizado mantendo a tecla B pressionada, que fará você recuperar toda sua vida, porém não há mais o status de sangramento que havia no War of the Roses.

Inovações

Outra novidade é o botão de esquiva, utilizando com a tecla Alt, que faz o seu personagem dar um passo longo na direção de movimento, e também pode ser utilizado para desviar de golpes durante o combate.

Uma novidade muito bem-vinda é o Travel Mode – andando para frente e apertando a tecla SHIFT, seu personagem desempunhará a arma, e começará a correr. A desvantagem é que como você fica com a guarda aberta, qualquer golpe (ou flechada!) que te atingir te fará perder o equilíbrio, e cair de cara no chão!

Há também a tecla R, que irá desempenhar uma animação de provocação, que poderá ser personalizada na hora de você montar seu perfil.

Armas de arremesso

Uma mudança interessante é o excesso de armas de arremesso, muito mais comuns neste jogo do que no War of the Roses. Basicamente, até personagens corpo-a-corpo podem trocar para uma arma alternativa de arremesso (adaga, dardo, machadinhas, etc), e arremessá-las sobre seus inimigos.

Usualmente, são utilizadas para iniciar combate, finalizar inimigos ou impedir fugas.

Você troca entre suas duas armas apertando os numerais 1 e 2, e caso tenha selecionado uma arma arremessável, deverá segurar o botão do meio do mouse para mirá-la, e soltá-lo para arremessá-la.

Loot

O jogo também disponibiliza a tecla Q, que serve para pegar itens de corpos no chão. Você pode portanto pegar armas arremessáveis, pegar um escudo, e utilizar isso enquanto estiver vivo.

É um recurso interessante, que permite ao jogador se adaptar conforme a situação, e aumentar sua chance de sobrevivência.

Morte

Naturalmente, assim como em War of the Roses, você não morre quando é derrubado – simplesmente fica desacordado no chão. Neste estado, você pode ser ressuscitado por um aliado que se aproximar, ou, ser executado por um inimigo.

Infelizmente, a execução em War of the Vikings não é tão épica como em seu antecessor. Nada de fazer a vítima assistir sua execução em primeira pessoa, ou ter de parar o combate para finalizar alguém. Tudo agora é feito rapidamente: você deve simplesmente bater com sua arma no inimigo caído para finalizá-lo.

Lembram das máscaras escuras sobre a tela, representando o visor do capacete fechado? Também foram removidas… juntamente com a precisão de hitboxes, a complexidade de tipos de dano e tipos de armadura. Tudo isso, para deixar o jogo mais simples e dinâmico.

Em suma, é exatamente isso a jogabilidade de War of the Vikings, se comparada a War of the Roses: mais rápida e fluída, mais simples e intuitiva, com menos imersão, e mais ação.

Como esperado, você pode mudar todos os comandos do jogo em suas configurações.

Arte

Gráficos e interface

Os gráficos são belíssimos, como eram em War of the Roses – e mais pesados ainda! Os cenários continuam muito detalhados – talvez as armaduras e itens não pareçam tão belos por ter menos diversidade, e serem menos épicas.

Ao contrário de War of the Roses, você agora possui uma HUD mais detalhada, onde pode ver sua barra de vida e de estamina, inclusive…

O jogo está mais pesado do que nunca – porém, se você estiver pelo menos nos requisitos mínimos, deve conseguir rodá-lo bem, mexendo nas inúmeras configurações visuais do jogo.

Sons e música

Os sons continuam legais, e também somam muito com o calor da batalha. Acho que apenas o announcer não é legal, e dá uma boa desanimada.

A trilha sonora está melhor do que nunca, do menu até as músicas de batalha, você se sentirá à caminho de Valhala. Fizeram um excelente trabalho!

Cooperativo

PvP

Novamente, a controvérsia: o jogo é PvP, porém sempre em times. Dá pra considerar coop??? Ainda acho que sim, especialmente neste onde está tudo mais rápido, e a coordenação dos grupos é fundamental!

O maior servidor que vi era para 32 jogadores, ou seja, 16 para cada lado, mas é uma configuração que varia de servidor para servidor.

E como no seu antecessor, servidor é onde tudo começa. Você encontrará a lista de servidores, onde poderá realizar filtros e ordenações, baseados em ping, modo de jogo, quantidade de jogadores, etc.

Modos de jogo

Atualmente existem 3 modos de jogo. O padrão é Team Deathmatch, onde os times se enfrentam sem parar, com o objetivo de um time acumular um número de mortes para vencer. Pitched Battle tem um funcionamento semelhante, porém funciona por rounds, e quando você morre, não renasce – deve esperar até o fim do round (como em Counter Strike, por exemplo). Por enquanto, tudo igual o War of the Roses.

O novo modo de jogo é Arena, onde 2 times de 3 jogadores se enfrentam em um mapa reduzido, sem respawn! PvP em toda sua glória, para quem curte.

Ao entrar num servidor, você deverá escolher o time: Vikings ou Saxons. O jogo possui um sistema de balance, portanto caso um time tenha um a mais, você deverá obrigatoriamente entrar no outro, para não deixar o jogo desequilibrado.

Esquadrões

Após selecionar o time, vem a hora de escolher o seu esquadrão. São 8 esquadrões em cada time, e cada esquadrão pode ter até 5 jogadores. Quando você entra num esquadrão, verá o nome dos jogadores do mesmo esquadrão numa cor um pouco diferente, e o líder do esquadrão terá uma barra horizontal abaixo do seu nome, para ser identificado mais facilmente.

Dessa vez, há ainda a hipótese de ir como Lobo Solitário, isto é, sem um esquadrão definido!

E logo após escolher o esquadrão, é hora de escolher o Perfil, que define os itens e habilidades do personagem. Para um jogador nível 1, só será possível escolher o Default Warrior. Nos próximos ranks, você liberará os perfis Default Champion, Default Skirmisher, e finalmente os Custom Profiles – perfis personalizáveis, com a liberdade de escolher individualmente cada equipamento e proficiência do perfil.

Servidores

Infelizmente, cometeram aqui o mesmo erro que em War of the Roses: não é possível ser um host no jogo, ou seja, criar um server privado. O direito de hospedagem de jogos é de exclusividade da Multiplay, portanto todos os servers que você encontrar serão deles.

Caso queira ter um servidor privado, deverá então contratar um server da multiplay, que custa a bagatela de £0,72 POR JOGADOR por mês. Ou seja, um servidor privado para 32 jogadores custará pouco mais de 64 reais por mês. Ouch.

E novamente, temos a desvantagem dos servidores não serem hospedados no Brasil, e portanto sempre há o ping para dificultar um pouco as coisas. Tenho a impressão que o ping fica menor ainda que em War of the Roses, porém costumo sentir spikes com mais frequência. É uma frustração que você vai ter que aceitar.

Porém, o maior problema do ping não é nem o quanto ele atrapalha no jogo, que de fato é pouco, mas sim as limitações dos servidores que possuem ping máximo – o que é o caso da maioria dos servidores.

Portanto, além de ter de preocupar-se em achar servidores que não estejam vazios, e não estejam lotados, e sejam do modo de jogo que você deseja, você ainda terá de achar um que não possua ping máximo menor do que o seu ping em relação a ele.

Seria mais fácil, se tivesse algum suporte do lobby a isso, mas não é. Quando é informado o ping máximo, ele é colocado junto ao título do servidor. E em muitos casos, nem é informado, porém a restrição está lá. O resultado é você demorando pra achar servidores, achando algum que acha que não possui ping máximo, só para entrar nele, e em alguns segundos de jogo, ser kickado.

Ou seja, exatamente como era em War of the Roses: tão ruim e frustrante quanto. O que dá pra fazer para reduzir os problemas é sempre favoritar os servidores que não possuam ping máximo, e ai usar o lobby mostrando apenas os servidores favoritos, ignorando todo o resto. Ou mudar-se pra Europa!

Veredito

Como fiquei muito fã do War of the Roses, minhas expectativas iniciais é de que o jogo tivesse todos os pontos fortes do seu antecessor, e fosse mais complexo ainda…

A princípio eu fiquei frustrado com o jogo, quando notei que não haviam as execuções como ocorriam em War of the Roses. Porém, ao notar o motivo de terem removido tudo, tentei aceitar o jogo de uma forma melhor, como algo novo, e logo surtiu efeito: me vi então muito interessado, me divertindo nele tanto quanto no seu antecessor.

Portanto, a primeira dica que dou é essa, pra quem é fã do outro jogo: tente encarar este como algo novo. Aceite que o foco em War of the Vikings é a velocidade e sua ferocidade. Certamente, ele tem muito menos atmosfera e epicidade que o War of the Roses possui, mas ao mesmo tempo, é muito mais dinâmico, simples, intuitivo e acessível.

A progressão simples e puramente estética implica num sistema pouco recompensador para quem está acostumado a receber biscoitos quando faz o que o jogo quer – mas ao mesmo tempo, o próprio ato de jogar tem de ser recompensador o bastante! Mais do que nunca, o que valerá é a habilidade do jogador!

Acredito que nem todo jogador de War of the Roses irá preferir essa sequência, mas muitos irão, especialmente quem prefere algo mais rápido e fluído. Eu recomendaria no mínimo dar uma chance!

Outra coisa que está clara é que War of the Vikings está no começo da sua escala evolutiva: certamente o jogo irá crescer e amadurecer muito, por meio de atualizações e DLCs. Com certeza, só tem a melhorar!

Ainda afirmo que poucas situações em jogos como este são tão gratificantes… o simples fato de você conseguir entrar numa luta, matar 3 oponentes, e sair vivo, é uma experiência intensa e magnífica, que poucos jogos conseguem me proporcionar, e são mais que suficientes pra me fazer querer abrir o jogo novamente!

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