Pontius, Zoya e Amadeus mais uma vez são arrastados pelo Artefato da Alma para salvar o reino, dessa vez numa belíssima aventura totalmente em 3D, com cooperativo local e online para 3 jogadores.
Apesar do sucesso dos títulos anteriores, Trine 3 ficou bem apagado desde seu lançamento, e foi muito criticado por fãs da série. Isso tudo, após ter ficado 4 meses em acesso antecipado no Steam.
Conheça mais sobre o jogo em nossa análise, conferindo seus méritos e suas limitações, e tire sua própria conclusão!
A história começa com um monstro gigante querendo entrar na Academia Astral, a maior escola de magia do reino.
Começando o jogo, você cairá no mapa do mundo. Feito de forma extremamente criativa, você pode andar livremente nele, e ver as fases disponíveis, e o requisito de cada uma delas.
As três capítulos iniciais são de (re)apresentação dos três heróis: Pontius, o Cavaleiro, Zoya, a Ladra, e Amadeus, o Mago.
Cada um desses capítulos é uma espécie de tutorial de personagem, mostrando seus comandos e recursos em diversas situações adversas.
Finalizando a fase do Amadeus, o Artefato da Alma, Trine, reaparece para cada um dos heróis e os convoca em direção à nova aventura.
Durante o quarto capítulo, os heróis se mostram cansados disso, enquanto vão em direção à Academia Astral.
Ao fim da fase, os heróis tem a ideia de devolver seus poderes ao Artefato para quebrarem o vínculo deles e ficarem livres. Porém, acabam por quebrar o Artefato, e liberam um feiticeiro malvado no processo. Agora, a missão é consertar o mal que fizeram!
Sei que parece que estou contando algum spoiler, mas bom, esse trecho dos heróis quebrarem o Trine e liberarem o tal feiticeiro é divulgado na própria descrição do jogo! De certa forma, você descobre o enredo enquanto joga.
A campanha conta com apenas 8 capítulos principais. Também possui 10 capítulos secundários, pequenas missões-desafio onde se joga com apenas um dos personagens.
A progressão do jogo é extremamente reduzida: removeram o sistema de liberação de habilidades que existia nos títulos anteriores.
E o que sobrou? Encontrar os Trineângulos, pequenos triângulos dourados, em cada uma das fases.
A maioria deles são bem óbvios, mas existem sempre alguns que são mais escondidos, e certamente são um incentivo à exploração.
Os Trineângulos são necessários para desbloquear os capítulos do jogo. Cada capítulo possui um número de Trineângulos necessário.
Ao abrir um capítulo pela primeira vez, o jogo te informará a quantidade de Trineângulos que ele possui.
Já em capítulos que você já completou, o jogo mostrará uma lista de seções do capítulo, e a quantidade de Trineângulos encontrados e totais em cada um deles.
É possível iniciar a fase diretamente numa de suas seções através deste menu - algo muito útil pra quem está querendo pegar todos.
Trine 3 possui um ótimo suporte a modificações desde seu lançamento, com integração ao Workshop no Steam. Como o jogo é recente, não espere muitos mods ainda, mas certamente desperta um grande potencial ao título.
Já quem quiser se aventurar com o editor do jogo e criar suas próprias modificações, pode acessar sua wiki oficial para referência.
A grande novidade de Trine 3 em relação à série é que o jogo não é mais em plataforma 2D, e sim 3D - sendo possível deslocar-se em todas as direções.
Alguns vão gostar disso, e outros não. É normal com toda mudança. Particularmente, o novo eixo possibilita algumas cenas bem legais, e certamente aumenta a imersão no jogo.
Ao mesmo tempo, a câmera fixa, dinâmica conforme a posição do personagem, pode atrapalhar o controle do personagem. Da mesma forma, em muitos momentos é difícil ter noção exata da profundidade do personagem e dos objetos ao seu redor, dificultando as ações no jogo.
A movimentação do personagem é feita com as teclas WASD, com W e S controlando a profundidade do personagem no cenário. Você pode utilisar uma combinação de teclas para andar em diagonais.
No mais, tudo similar ao anterior: Espaço pula e sobe em superfícies ao nadar, CTRL agaixa e mergulha ao nadar.
Destaco que é possível agarrar-se em barrancos, ou ainda fazer um wall jump entre as paredes.
O botão esquerdo do mouse é utilizado para desferir ataques com a espada, que é o ataque corporal do grupo.
O botão direito do mouse, ao ser segurado, levanta o escudo. Esse recurso pode ser utilizado para bloquear ataques, ou ainda refletir projéteis.
Pontius também pode fazer a Investida, um poderoso ataque em que ele corre com o escudo levantado, muito útil para arremessar objetos e inimigos à grandes distâncias. Para fazer a Investida, você pode segurar o botão direito do mouse e em seguida o esquerdo simultaneamente, ou simplesmente a tecla SHIFT.
Pontius é capaz de planar com seu escudo, reduzindo muito o tempo de queda e permitindo que cubra longas distâncais no ar. Para fazer isto, basta segurar o botão direito do mouse ou Espaço enquanto no ar.
Se não bastasse isso, é possível fazer uma Esmagada Aérea, fazendo com que o cavaleiro caia imediatamente em direção ao chão com grande força, jogando também para o ar objetos próximos. Basta apetar o botão esquerdo do mouse enquanto plana usando o direito, ou apertar a tecla CTRL enquanto no ar.
Destaco que planar com escudo permite um abuso no jogo: você pode combinar o wall jump com o recurso de planar para ganhar altitude, potencialmente permitindo que Pontius escale quase tudo no jogo. É meio babaca, mas se você for macaco como eu, acabará fazendo sem querer, até reparar que é um abuso mesmo, e parar de usar porque senão o jogo fica sem graça!
O botão esquerdo do mouse atira flechas. Você deve carregar o tiro um pouco para que ele ganhe velocidade e distância.
Com a terceira dimensão, ficou um pouco mais difícil mirar num inimigo. A mira no mouse é 2D, mas o jogo tenta detectar objetos, sinalizando o objeto-alvo com um overlay avermelhado.
O botão direito do mouse lança um arpéu, err, gancho com corda em certos alvo do cenário, usualmente argolas de objetos. Você pode utilizar a tecla TAB para visualizar possíveis alvos.
Primariamente, isso é utilizado para mobilidade, permitindo que Zoya fique suspensa no ar pendurada pela corda, podendo balançar para os lados para ganhar velocidade.
Porém, o arpéu ganhou um novo uso: puxar objetos. Você pode lançá-lo em objetos no chão, e puxá-los, e prender a corda em outro objeto.
Você pode também controlar a extensão da corda, utilizando o scroll do mouse para enrolar ou desenrolar a corda.
Amadeus, o mago recalcado que não solta bolas de fogo, pode criar uma caixa utilizando a tecla F. A caixa é criada sobre o mago, que pode movimentar-se livremente com ela sobre ele dessa forma.
Com a caixa criada, apertar o botão esquerdo irá arremessá-la à frente do mago. A força do arremesso variará conforme o movimento do personagem.
Apertar o botão esquerdo novamente fará a Esmagada, fazendo com que a caixa caia rapidamente.
O mago também é capaz de levitar vários objetos do cenário, utilizando o botão direito do mouse. Também é possível utilizar TAB para visualizar possíveis alvos.
Se você só apertar o botão direito sobre o objeto, ele virá para cima de sua cabeça, se comportando como uma caixa criada, sem que você precise controlar sua posição. Da mesma forma, você poderá utilizar a Esmagada com qualquer objeto que levite.
Mas se você segurar o botão direito, poderá mover o objeto livremente enquanto o levita utilizando o mouse para deslocá-lo. Para mudar a profundidade do objeto na tela, você deve utilizar as teclas Q e E.
Na prática, a jogabilidade é a seguinte: você vai explorando o cenário, até chegar numa parte em que fica travado, e precisará resolver uma espécie de quebra-cabeça para poder prosseguir.
Esses quebra-cabeças costumam utilizar físicas ou mecanismos, que precisarão ser utilizados corretamente por cada um dos personagens. O jogo costuma oferecer múltiplas formas de resolução para cada quebra-cabeça.
Para trocar de personagem, você pode utilizar as teclas 1, 2 e 3 e selecionar um personagem específico (mago, ladra e cavaleiro, respectivamente), ou as teclas V e C para passar por cada personagem.
Cada personagem possui sua própria barra de vida, e recuperará gradativamente sua vida caso fique sempre sofrer dano por alguns segundos.
Caso um deles venha a morrer, o jogo te convidará a trocar de personagem, e você poderá visualizar a alma do personagem morto próximo a onde ele morreu. Basta se aproximar da alma dele, e em poucos segundos, ele se recuperará e você poderá utilizá-lo.
Morrer com os três, obviamente, irá ser uma falha, e te fará começar no último checkpoint.
Quem preferir jogar no Joystick, fique à vontade: o jogo vem com suporte nativo.
Além disso, todas as teclas e botões podem ser reconfigurados livremente no menu, que é bem avançado em termos de configuração.
Pra começar, o jogo permite múltiplas teclas para cada ação. E mais: você pode salvar Presets de combinações de comandos, muito útil quando várias pessoas jogam num mesmo computador e tem preferências distintas de comandos.
Todos os jogos da série sempre se destacaram pela beleza, e dessa vez não é diferente: aprimorado utilizando shaders do DirectX 10, Trine 3 é um espetáculo de cores vivas a todo instante.
A interface é bem diminuta, mostrando pouquíssimas informações sem qualquer obstrução. O jogo permite inclusive que você mude o tamanho da interface facilmente. Além disso, as porções da interface ficam escondidas na maior parte do tempo, só aparecendo quando necessário.
O único ponto negativo da parte visual sejam os lábios dos personagens ao falar, que parece algo de um jogo de 10 anos atrás!
Os sons são bem agradáveis, somando ao show visual que o jogo proporciona.
A trilha sonora, composta de 13 faixas, é composta pelo premiado Ari Pulkkinen, compositor dos outros jogos da série, com uma temática fantasiosa bem orquestrada, e pode ser acessada livremente na pasta Soundtrack, dentro da pasta do jogo.
O destaque maior é da dublagem: as vozes em português me lembraram muito dubladores de desenhos antigos como Caverna do Dragão e similares, e pra mim isso somou muito para o aspecto de aventura do jogo!
É onde o jogo realmente brilha, e devo dizer que não podia ser melhor!
Pra começar: cooperativo local e online para 3 jogadores, certo? Mas é possível misturar isso: que tal você e um amigo jogando em seu computador, e entrar um amigo em seu jogo da casa dele? Pois é!
Além de tudo, o jogo conta com drop-in, sendo possível entrar em partidas a qualquer momento!
Para partidas online, você poderá utilizar chat textual para se comunicar com os jogadores.
A tela inicial do jogo contém um menu de Multijogador, específico pra que te dá as seguintes opções:
Você pode abrir as opções desse menu enquanto joga, apertando ESC e indo em Configuração de jogo atual. Ali, você poderá mudar o modo de personagem, o modo de jogo, e definir cada jogador para cada posição.
Apesar disso, se você estiver jogando sozinho no teclado, e alguém quiser entrar em modo local, basta que essa pessoa aperte o Start no Joystick, e pronto, o personagem aparecerá.
São 2 modos de personagem disponíveis: Clássico e Ilimitado. No modo clássico, cada jogador só pode controlar um personagem, exigindo assim cooperação para que consigam passar dos desafios.
Já o modo Ilimitado é uma bagunça: cada jogador tem acesso aos 3 personagens, o que na prática, permite com que tenha mais de um mesmo personagem na partida ao mesmo tempo. Certamente o jogo fica muito mais fácil, mas também costuma ficar mais divertido!
A franquia é uma das mais divertidas para se jogar em cooperação: resolver quebra-cabeças e se aventurando por cenários belos é o grande diferencial do jogo.
Especialmente no modo Ilimitado, várias situações inusitadas ocorrem, onde um jogador tenta solucionar um problema de um jeito, e o outro jogador tenta outra coisa, e um atrapalha o outro no processo, sempre rendendo boas risadas.
Com certeza, Trine 3 pecou em não ter um sistema de progressão: nem as habilidades destrancáveis de Trine 1 e 2, nem os equipamentos de Trine 1, nem mesmo os colecionáveis de Trine 2.
Aliada à pequena duração da campanha (e com um fim abrupto!), certamente faz com que a rejogabilidade do título seja prejudicada.
Os próprios Trineângulos costumam frustrar os jogadores, pois não são opcionais: se você não explorar bem as fases, ficará trancado na campanha, e precisará revisitar as fases para pegar mais deles e poder prosseguir.
Apesar de suas limitações, Trine 3 é sim um sucessor dígno da franquia, trazendo muito mais imersão na exploração com a adição da terceira dimensão, e mantendo a beleza e a irreverência que são marcos da série.
O desafio é na medida certa, sempre recompensando muito o jogador com mecânicas originais e imprevisíveis para a resolução de seus quebra-cabeças. Diversão garantida!