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Análise / Review: Dungeonland

Que tal juntar-se a mais dois amigos, e enfrentar as loucuras de um inimigo mortal que comanda uma catacumba, com perigos imprevisíveis constantes, número de vidas limitadas... soa desafidor?

DungeonLand, criado pela empresa brasileira Critical Studio, é um ARPG um tanto casual, muito mais voltado para o lado Hack'N Slash do que o lado RPG do gênero.

Se você gosta de um desafio heroico, seja bem vindo à DungeonLand: o parque temático mais louco e letal que há de se encontrar.

Ficha Técnica

Gênero ARPG (Action Role-Playing Game)
Desenvolvedora Critical Studio
Publicadora Paradox Interactive
Cooperativo Online 3 jogadores
Cooperativo Local 3 jogadores
Cooperativo em Rede Local 3 jogadores
Data da lançamento 29/01/2013
Versão analisada 1.0.5975
Data da análise 30/01/2013

Requisitos Mínimos

Processador Dual Core 2.6 GHz
Memória 4 GB
Espaço em Disco 4 GB
Vídeo (NVIDIA) GeForce 8600 GT
Vídeo (AMD) Radeon HD 2900 XT
Direct X 9.0c

Enredo

O enredo, como usualmente, é bem simples: um grupo de aventureiros decide visitar um parque temático medieval perigoso, controlado por um "maestro da catacumba" que, cansado de frustrar-se com seus planos de dominação global, decide dar cabo aos heróis em seu parque privado.

O jogo não possui bem uma história ou linearidade: o jogador escolhe em que parque quer ir, e inicia sua aventura nele. Simples assim.

Progressão

Classes

Contrariando a fórmula básica de ARPGs, o jogo não conta com sistema de level ou itens. A única forma de progressão é através de dinheiro, que pode ser ganho em qualquer dos modos de jogo. O que o jogador faz com o dinheiro? Vamos por etapas.

Em primeiro lugar, o jogador pode liberar especialidades das classes (cada uma das 3 classes possui 3 especialidades, sendo uma delas gratuita). Essas especialidades mudam levemente a função da classe, mudando alguns atributos passivos (dano, velocidade de ataque, armadura, ou funcionalidade de projéteis), e especialmente, mudam a skill da classe, cada especialidade tendo uma skill única.

Itens e skills

Além disso, o jogador pode comprar itens cosméticos (arma, armadura, capacete). Infelizmente não há muita opção para cada classe... cerca de 3 armas para cada especialidade, e 4 armaduras e 4 chapéis para cada classe.

Também é possível comprar skill que substitui a "poção" padrão da classe (culminando assim em 5 skills alternativas para cada classe, nesse caso) - é chamado de poção pois o jogador começa a fase com 3, e ao gastar, não as recupera, a não ser que ache-as durante a fase. São skills com restrição de uso, portanto.

Perks

Ainda, o jogador pode comprar perks, que são divididas em ofensivas e defensivas, podendo então o jogador equipar duas delas. Em geral, fornecem pequenos bônus passivos ao jogador.

Não bastando as opções de compra para os personagens, o jogador pode também, caso prefira jogar como Dungeon Maestro (mais detalhes abaixo), poderá comprar várias cartas extras, liberando assim novos summons, magias e efeitos diversos para utilizar contra os jogadores.

Estatísticas

Portanto, não pense duas vezes: dinheiro, dinheiro, dinheiro. Dinheiro é tudo nesse jogo, em termos de progressão!

Ah sim: o jogo grava vários stats de sua conta, e para quem tiver a versão do steam, o jogo conta com 41 achievements, para os colecionadores disso.

Jogabilidade

Aventura

No modo aventura, onde os 3 jogadores controlam seus heróis, a jogabilidade é interessante: ao contrário dos ARPGs comum, o jogador anda no teclado (WASD), e utiliza o mouse para controlar a mira. É uma jogabilidade que gosto muito, e é menos monótona do que a usual de andar-se com o mouse, dando mais mobilidade ao jogador.

Botão esquerdo desfere ataque "ao vento", atingindo unidades na linha de ataque. Botão direito é a "skill de classe" (Rogue dá Backstab, Warrior bloqueia, e Mage usa um buff que dá invulnerabilidade a um aliado).

O botão Q é usado para soltar a skill da arma (que possui um cooldown para ser reusada) e o botão E utiliza a skill de poção (que varia conforme classe, mas pode ser escolhida pelo jogador, e como citado anteriormente, tem um limite de usos por fase).

O jogador ainda tem um botão para interagir com o cenário apertando F (abrir baús, ressuscitar aliados, arremessar objetos), e claro, Espaço para desviar (onde o personagem faz uma rolagem), que deve ser usado SEMPRE caso você queira sobreviver.

Pra ser sincero, não é tanto botão assim: é tudo bem tranquilo, nada de exigir uma memorização do jogador para ser executado - porém, tudo tem um "timing" certo, e devem ser usado com muita precisão, considerando a dificuldade do jogo.

Como esperado, todos os botões podem ser reconfigurados - e mais: o jogo conta com um excelente suporte para joysticks, e pode ser jogado sem qualquer problema através de qualquer joystick.

Para complicar as coisas, o jogo permite interações diversas entre skills. Um mago de fogo pode soltar uma skill de parede de fogo, e um Rogue aliado pode atirar flechas através da parede de fogo, deixando suas flechas pegando fogo, por exemplo. Existem muitos outros cenários de interação de skills, e cabe aos jogadores descobri-los e utilizá-los a seu favor!

Dungeon Maestro

O modo dungeon maestro permite que o jogador assuma o papel de maestro da dungeon, ser malvado que deverá impedir os heróis de terem sucesso em sua missão.

Ao adentrar no modo, o jogador deve formar seu plano diabólico, composto de cartas dividas em categorias distintas. São 7 cartas de magias, 3 cartas de monstros, 2 cartas de monstros especiais, 1 carta de chefe. Além disso, uma skill de possessão e uma característica (passiva que afeta o DM).

Após finalizar o plano e confirmar, a partida se iniciará. O dungeon maestro possui uma tela distinta, com vários indicadores. No meio da tela, aparecerão 6 cartas, escolhidas aleatoriamente dentro do seu plano. Cada carta possui um custo de mana, e abaixo delas encontra-se a quantidade de mana que você possui, sinalizada pelas esferas.

Ao clicar numa carta, o cursor do mouse mudará, e clicar irá lançar o efeito da carta, gastando a carta e a mana utilizada por ela. Certas cartas, como summons, devem ser colocadas apenas a certa distância dos jogadores, sinalizado por um círculo amarelo que acompanha os jogadores.

Ao gastar uma carta, iniciará um contador de 40 segundos, para a próxima carta ser pega do baralho. Também há um contador do número de monstros vivos no momento, um botão para dar risada dos jogadores, e um contador de maldade, que aumenta a cada vez que você causa dano em um jogador ou faz algo mais malvado ainda, e quando você atinge um "novo tier", tem 6 cartas carregadas instantaneamente.

Além de poder conjurar os efeitos das cartas, o DM pode ainda possuir qualquer um de seus monstros , e controlá-lo manualmente contra os jogadores. Para fazer isso, basta selecionar um de seus "empregados", e apertar a tecla F.

Ao controlar um monstro, a interface muda levemente, informando no topo da tela quais são as habilidades do monstro, e qual botão faz o que. Alguma das habilidades possuem um cooldown. Para cancelar a possessão, basta apertar a tecla F novamente.

É uma jogabilidade simples e fácil, certamente muito mais fácil do que o modo de aventura. Infelizmente, os comandos do modo Dungeon Maestro não podem ser alterados.

Arte

Gráficos e interface

O jogo possui gráficos coloridos, com traços cartoonescos, onde todo personagem parece um tanto "retardado". É algo divertido, e combina bem com a temática do jogo.

Os itens cosméticos são bem engraçados também, com muitos fazendo referências a franquias famosas (como a roupa de mumia do Capitão Commando para o Rogue, ou a roupa de Link do Zelda para o Warrior), e são uma adição divertida ao jogo.

A interface e os menus são simples, porém bem compatíveis com o estilo de arte do jogo.

Sons e música

Os sons em geral, assim como a música, são legais também, e refletem bem a atmosfera dele. Dou um destaque especial a voz do Dungeon Maestro e seu capataz, que são bem engraçados, com um toque de maldade a lá "Meu malvado favorito" ou o jogo Overlord.

Nada excepcional aqui, mas fazem bem o seu trabalho.

Cooperativo

O jogo possui um cooperativo bem completo, afinal, é voltado para cooperação - o próprio single player irá preencher os slots restantes de jogadores com bots, portanto você nunca estará 100% sozinho.

Para jogar o modo aventura cooperativamente, você poderá se unir a mais dois jogadores - que inclusive poderão entrar no seu jogo durante ele, e caso abandonem por algum motivo, terão bots ocupado os seus lugares.

Além de poder contar com seus amigos online, o jogo também suporta modo local - ou seja, pode haver um maestro no teclado e mouse, enfrentando 3 jogadores, cada um com seu controle. Pouquíssimos jogos contam com um bom suporte para isso dessa forma.

Como não há sistema de level ou itens, é bem tranquilo de unir-se a outros jogadores. As fases são avulsas, e a falta de progressão nesse aspecto agiliza a união entre amigos.

Porém, considerando a dificuldade do modo aventura e o limite de vidas compartilhado, isso acaba por desencorajar a cooperação, especialmente se levarmos em conta que o jogo não mostra o ping do host, portanto é até um tanto difícil encontrar jogadores da mesma região.

Veredito

O jogo ainda tem muito a melhorar, mas nenhum de seus problemas tira o mérito da Critical Studio, que conseguiu lançar um título de qualidade. Basta torcer que os patches façam o seu trabalho, e melhorem as falhas de balanceamento e performance do jogo.

Porém, é um jogo muito único, que conseguiu ser um ARPG casual, porém totalmente dependente da habilidade (tal qual o Magicka), e o modo Dungeon Maestro também é uma excelente adição, e merece a consideração dos gamers de plantão.

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